Depois de umas cenas macacas por parte do BES, em que fui prejudicado tanto em tempo como em dinheiro devido à má fé posta por este banco num assunto que estava a resolver, decidi (crente!) apresentar uma reclamação ao Banco de Portugal.
Uma vez que apresentei a referida reclamação por mail, perguntei naturalmente se esta teria o mesmo valor que uma efectuada no Livro de Reclamações. Só após diversas tentativas obtive a resposta de que o assunto tinha sido encaminhado para o serviço "competente". É de referir que esta resposta evasiva se deveu ao facto de eu ter encaminhado os meus mails para o programa Nós por cá (da SIC).
Entretanto, cinco meses depois (e após diversos mails meus sem resposta - além da falta de respeito demonstrada é o melhor indício da falta de educação de quem gere este serviço), recebo uma carta com a seguinte indicação :
Na sequência da reclamação de V. Exa. (...) foi-nos comunicado pela instituição de crédito que se encontra esclarecido e resolvido com V. Exa. o assunto que deu origem à referida reclamação.
Com esta comunicação fica encerrada a intervenção do Banco de Portugal no processo de reclamação
Mas afinal para que servem as reclamações efectuadas? Para a entidade que as recebe se colocar do lado das corporações, ouvindo o seu lado e não dando qualquer crédito ao reclamante? Esta situação é exactamente a mesma de um qualquer cliente de restaurante que apresentasse uma reclamação à ASAE por ter encontrado uma barata na sopa e o dono do restaurante se desculpasse com o facto de ter retirado o insecto da sopa, resolvendo assim o assunto! Neste caso, a ASAE comunicaria que o restaurante teria dito que o assunto estava resolvido e não se falava mais no assunto. Alguém aceitaria este tipo de alijamento de responsabilidades?
Isto apenas serve para reforçar aquilo de que já tinha alguma noção. O livro de reclamações é unicamente fogo de vista. O reclamante é tratado como sendo o faltoso e o reclamado, com uma qualquer justificação esfarrapada, limpa a "sua barra". Melhor seria que fosse menos fácil reclamar e as reclamações tivessem uma análise cuidada, competente e imparcial. Assim continua tudo porrreiro, pá!